Meio Ambiente

As ações antrópicas têm sido imperativas em relação ao meio natural, com o homem enfrentando grandes desafios referentes à capacidade limitada dos ecossistemas em sustentar o atual nível de consumo de corrente das atividades econômicas e crescimento populacional. Os resultados deste acelerado crescimento são inúmeros prejuízos para o meio ambiente e, consequentemente, para a população humana. Dentre eles podemos citar: (i) perda de biodiversidade; (ii) extinção de espécies da fauna e flora; (iii) assoreamento de rios e (iv) mudanças climáticasA perda da biodiversidade, principalmente nas áreas tropicais, onde se encontram seus valores mais significativos, preocupa a comunidade científica.

A urbanização está ocorrendo numa escala e velocidade que os ecossistemas e a biodiversidade não estão conseguindo resistir, o que pode dificultar a sua resistência e resiliência. Em 2030, as cidades irão expandir por cerca de 1,2 milhões de quilômetros quadrados, triplicando assim em tamanho. Esse crescimento está colocando pressões sem precedentes sobre a biodiversidade e os ecossistemas: a fragmentação e perda de habitat natural, aumento da extração de recursos naturais e a poluição da biosfera.

Particularmente em risco, são os 34 hotspots de biodiversidade mundiais como originalmente definidos por Norman Myers e maisdetalhadas e promovidas pela Conservation International. Estas 34 regiões do planeta contêm mais de 50% de toda a biodiversidade com níveis surpreendentes de endemismoApós a perda de 75% de sua área total, hotspots de biodiversidade agora compreendem apenas 23% da superfície terrestre do planeta, muito menos do que a área urbana do mundo.

Tem sido reconhecido que os esforços de conservação e recuperação desses hotspots, pode ser eficiente na escala globade conservação, pois tais ecossistemas geram serviços (água doce, polinização e regulação do clima). Poucos investimentos atuais estão sendo dirigidosàscidades e seus cidadãos, apesar durbanização ser a principal causa da perda de biodiversidade e das raras oportunidades de conservaçãque as cidades oferecem. Deve ser salientado que os impactos das cidades vão muito além dos limites urbanos.

Supõe-se geralmente que as cidades e a biodiversidade são incompatíveis, mas o fato é que muitas cidades têm grande riqueza de espécies (Secretariat of the Convention on Biological Diversity). Alem disso, enquanto ecossistemas naturais intactos abrigam a mais rica biodiversidade e são cada vez mais raros, remanescentes de paisagens naturais (por exemplo fragmentos de florestas primitivas), paisagens agrícolas tradicionais, paisagens restauradas, e paisagens industriais (por exemplo, parques industriais, vias férreas, residencial e centros de cidade, parques e jardins) estão cada vez comuns tornando-se refúgios para a biodiversidade nas cidades.

E o que fazer? Qual a solução? Conciliar ações de conservação e educação ambiental parece ser um caminho consensual na comunidade científica. O realismo está na conscientização de que não se pode recriar o ambiente urbano desde o “marco zero”, mas sim reinventa-lo a partir da identificação, implementação e conservação de estruturas verdes já existentes que possam oferecer suporte aos processos naturais e ecológicos.

Diante do exposto acima a Prefeitura Municipal de Sorocaba por meio da Secretaria do Meio Ambiente desenvolveu o Programa Sorocaba a cidade da Biodiversidade cuja construção e elaboraçã foi realizada em três fases distintas:

  1. mobilizar o governo local;
  2. disseminar o conceito para entidades, universidades, escolas e população em geral;
  3. fomentar medidas ousadas e inovadoras com relaçãà biodiversidade, com vista a assegurar os serviços dos ecossistemas.  

 
Objetivos

  1. Estabelecer políticas públicas para a biodiversidade em cidades;
  2. Transposição didática das informações técnicas do projeto para a população em geral;
  3. Equacionar as necessidades da flora e fauna nativa (alimento, abrigo, área de vida etc), tornando áreas urbanas em ambientesamigáveis” para a flora e fauna nativa.
  4. Fomentar programas de diagnósticos de flora e fauna específicos para as áreas restauradas.
  5. Estabelecer critérios de avaliação das medidas de conservação adotadas através do índice de biodiversidade de cidades, pegada ecológica, etc.
  6. Criação do observatório da biodiversidade.